Sem dúvida o Brasil é característico por ter a maior biodiversidade de espécies animais e plantas do mundo. Mas quando o assunto é aves, uma das aves símbolo, que foi quase extinta na década de 1980, está de volta aos céus do Pantanal.
Na região de Poconé, no Mato Grosso, um grupo de avião avista um bando de cerca de 200 indivíduos juntos, um acontecimento raríssimo. Essa espécie foi alvo de traficantes de animais silvestres. Provavelmente cerca de 10 mil espécimes foram exportadas ilegalmente do país na década de 1980. Até hoje o IBAMA e outros órgãos, combatem esse comércio ilegal, que ainda perseguem bandos reduzidos remanescentes em áreas do Nordeste brasileiro, mas já foram praticamente banidas do Pantanal. Graças a um programa de conservação iniciado em 1990, existe um refúgio de 80% dos 6,5 mil espécimes existentes.
Ainda é preocupante o risco de extinção. Devido o desmatamento de vegetações que são fundamentais para a sobrevivência dessas aves. Seu hábito alimentar é basicamente especializado de frutos de palmeiras acuri e bocaiúva, e fazem seus ninhos em apenas cavidades naturais de troncos de manduvi. Essa pode ter sido talvez o principal fator que levou a arara-azul a quase sua extinção. Cientistas fizeram tentativas de fazerem ninhos artificiais de madeira capazes de simular as características dos ninhos ocos naturais, tendo em si um grande sucesso que boa parte dos nascimentos em cativeiro acontece neles.
O forte econômico do Pantanal é a agropecuária, fazendeiros com suas economias em pressão, são forçados a desmatar mais para aumentar seus rebanhos. Ao longo da história, a pecuária, quanto limitada a campos naturais sempre se deu bem com ecossistemas pantaneiros. O gado é de grande ajuda para as araras-azuis, eles convivem em uma relação ecológica, em que ambos se beneficiam. Os bois acostumaram a comer frutos da bocaiúva, uma grande palmeira, onde eles pegam os cachos caídos no chão, e junto com os frutos das árvores acuri que são espalhados no chão pela própria árvore, eles comem somente as cascas grossas e fibrosa dos frutos, regurgitando e defecando a dura e nutritiva castanha, que é a porção que interessa as araras-azuis.
Isso explica o fato de os bandos se concentram nos piquetes onde a boiada passa a noite, depois de um dia todo comendo nos pastos. Logo cedo, quando o calor ainda não é muito forte, as araras já estão empoleiradas em galhos secos ou mourões de cerca, esperando o rebanho dispersar para poderem banquetear-se das castanhas.
Mais informações no site: National Geographic Brasil
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