O código de barras sugerido por Hebert é parte de um gene denominado CO1, que ajuda na produção de ATP, uma molécula portadora de energia. O gene CO1 está presente em todo o organismo multicelular. No entanto, há tanta variação em sua seqüência (cada um dos cerca de 600 pontos na área do código de barras que poderiam ser preenchidos por quaisquer das quatro bases diferentes do DNA) que raramente duas espécies têm a mesma configuração. Hoje em dia, tais diferenças podem ser escaneadas por máquinas. A equipe de Hebert já definiu códigos para 40 mil espécies de mariposa e borboleta.
Além dos insetos, outras classes recebem os códigos, assim como plantas e fungos. Com a aprovação das Nações Unidas, que declarou 2010 o Ano Internacional da Biodiversidade, cientistas de 25 países pretendem identificar dessa maneira 500 mil espécies, no total, há 1,7 milhão delas nomeadas hoje, até 2015.
Nem todos os biólogos demonstram tanto entusiasmo. Para alguns, a identificação por código de barrar, que diz respeito basicamente a espécie já descritas, pode acabar desviando recursos preciosos que seriam mais bem usados na descrição de espécies novas. Hebert, contudo, acha que a técnica contribui para a biodiversidade em uma época na qual ela vem minguando.
No prazo de uma década, acredita ele, a tecnologia será tão corriqueira quanto o GPS, pois logo alguém vai produzir codificadores portáteis.
Matéria publicada na revista National Geographic Brasil, edição Maio 2010.
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