O arroz-vermelho é cultivado no Brasil desde o século 16. Quando o arroz branco, de maior rendimento, foi introduzido, a população relutou a tal ponto em consumi-lo que a coroa lançou, em 1772, um decreto proibindo o cultivo de qualquer variedade que não fosse o branco. A produção do vermelho, então, refugiou-se em zonas remotas do semiárido. Onde continua ate hoje.
No vale do Piancó, na Paraíba, seu rendimento depende das chuvas. Em ano de seca, não há arroz. "A tendência ali é desaparecer", diz José Almeida Pereira, da Embrapa Meio-Norte, que aposta no sertão potiguar, em municípios como Apodi, onde os agricultores, graças a técnicas de irrigação e colheita, obtêm boa produtividade.
Lá, o desafio é conectar a produção a um mercado gourmet ansioso para provar ingredientes esquecidos da culinária nacional. É mais um alimento brasileiro que faz parte da lista Arca do Gosto, que prega a ecogastronomia. Chamado pelos sertanejos de "arroz da terra", é rico em ferro, zinco e estatina, substâncias que reduz riscos de enfarte e derrame cerebral, e sem falar no sabor que segundo alguns é insuperável.
Fonte: Revista National Geographic Brasil, Agosto de 2012.
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