Escorpiões de Importância Médica no Brasil
Escorpiões são artrópodes quelicerados, incluídos entre os aracnídeos, embora existam evidências de que eles constituam grupo à parte. De origem aquática, por muitas décadas, foram considerados os organismos pioneiros na conquista do ambiente terrestre durando o período Siluriano. Estudos paleontológicos demonstraram, entretanto, que as formas terrestres de escorpiões apareceram mais tarde, no Carbonífero.
Como é provável que o processo de colonização terrestre tenha ocorrido através de diversas tentativas, os escorpiões, provavelmente, passaram por um período intermediário de vida anfíbia (que vive na terra e na água), no decorrer de sua história. Que a origem aquática tenha sido marinha ou dulcícola (água doce), ainda, é ponto de discussão entre cientistas. Admita-se que, originalmente, formas marinhas de escorpiões tenham se adaptado à vida dulcícola, mas que, de ambas as vias, devam ter surgido tentativas de colonização terrestre.
Imagem: Adaptado de - Animais Peçonhentos no Brasil, Clínica e Terapêutica dos acidentes, CARDOSO et al. 2009
Escorpiões no Brasil
Apesar de numerosos, os estudos sobre escorpiões do Brasil publicados nos últimos 15 anos são parciais e não existe nenhuma síntese atualizada. Possivelmente se encontram no Brasil 4 famílias, 15 gêneros e 86 espécies.
Morfologia
Um escorpião é facilmente reconhecido por sua aparência característica. O corpo é dividido em duas partes: o cefalotórax ou prossoma e o abdome, dividido em 12 metâmeros. Os 7 primeiros metâmeros do abdome formam o mesossoma, constituído por placas dorsais (tergitos) e placas ventrais (esternitos) e os 5 restantes formam o metassoma ou cauda. Após o último segmento da cauda bem o télson, onde se alojam duas glândulas de veneno.
Dorsalmente, o prossoma é recoberto pela placa prossomial, que contém dois olhos medianos e, em geral, 2 a 5 pares de olhos laterais. No prossoma inserem-se, lateralmente, quatro pares de pernas. No lado ventral do corpo, entre as coxas (ancas) das pernas 3 e 4, existe uma estrutura ímpar chamada esterno, que tem importância no reconhecimento das famílias.
Da parte anterior do prossoma partem: 1. um par de pedipalpos, nos quais situam-se as tricobótrias, que são pêlos sensoriais utilizados na detecção e captura de presas; 2. um par de quelíceras, estrutura grande importante para alimentação. Ventralmente, são encontrados ainda no prossoma: 1. o orifício genital masculino ou feminino, que é coberto por um opérculo; 2. um par de pentes, apêndices exclusivos dos escorpiões, que constituem um órgão sensorial, mecano e quimiorreceptor, amplamente utilizado na identificação de gêneros e espécies.
Imagem: Adaptado de - Animais Peçonhentos no Brasil, Clínica e Terapêutica dos acidentes, CARDOSO et al. 2009
Principais escorpiões causadores de acidentes no Brasil
No Brasil, os escorpiões comprovadamente perigosos pertencem ao gênero Tityus. Embora ocorrem quase 30 espécies desse gênero no país, as responsáveis ou suspeitas de provocar caos de envenenamento humano restringem-se às seguintes:
Imagem: Adaptado de - Animais Peçonhentos no Brasil, Clínica e Terapêutica dos acidentes, CARDOSO et al. 2009
Fonte: Livro Animais Peçonhentos no Brasil, Biologia, Clínica e Terapêutica dos acidentes. Autores: João Luiz Costa Cardoso, Francisco Oscar de Siqueira França, Fan Hui Wen, Ceila Maria Sant' Ana Malaque e Vidal Haddad Jr. Editora: Sarvier. 2009.
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