sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Mundo Colorido

A cura do daltonismo pode estar despontando. Após uma terapia genética, machos adultos do macaco-de-cheiro (assim como as pessoas daltônicas, eles não possuem o gene de pigmentação que permite a distinção entre o vermelho e o verde) passaram a enxergar tonalidades que jamais haviam notado.

Cerca de 20 semanas depois de receberem injeções na retina do gene L-opsina, os animais começaram a distinguir pontos vermelhos e verdes em uma tela de computador. Sempre se imaginou que a percepção das cores dependia de uma rede nervosa inalterável e formada no início do desenvolvimento. Porém, segundo o neurocientista Jay Neitz, esse estudo mostra que "o cérebro pode adaptar um circuito preexistente a uma nova função". No futuro, tal terapia poderia curar 200 milhões de daltônicos, na maioria homens, e estimular a busca de tratamentos de outros tipos de cegueira genética.

Por enquanto, pelo menos um macaco aproveitou para ganhar nova predileção por pastilhas verdes do chocolate M&M.

Fonte: Revista National Geographic Brasil, Março de 2010.

Devagar e Sempre

Sem pernas? Não tem problema. As serpentes viram-se muito bem em terra, só que não é bem da maneira que pensamos. Segundo David Hu, do Instituto de Tecnologia da Geórgia, as escamas do ventre e a elevação do corpo são cruciais para a locomoção das cobras.

Os cientistas já sabiam que as serpentes usam a lateral de seu corpo para afastar galhos e pedras, mas ficaram perplexos com a facilidade com que rastejam em superfícies lisas. Hu detectou que as escamas do ventre se prendem a falhas no solo, como rachaduras e fendas, e isso aumenta o atrito que elas usam para se propelir. Para avançar com maior rapidez, as cobras transferem o peço graças a ligeiros soerguimentos de partes de seu corpo, tal como fazem os seres humanos. "Nós não arrastamos as pernas quando caminhamos ou corremos", diz Hu.


Tais descobertas podem resultar em "serpentes-robôs" que poderiam ser usadas em missões de busca e salvamento após desastres, e também em exames médicos, como a colonoscopia.

Fonte: Revista National Geographic Brasil, Março de 2010.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

O copo de água

                                


Uma psicóloga estava andando de um lado para o outro em sua sala de aula, enquanto falava para os alunos do tema de como lidar com os problemas da vida. Quando ela se aproximou de sua mesa e pegou seu copo de água, todos na sala certamente esperavam que ela fosse fazer a clássica pergunta do 'copo metade cheio ou metade vazio'. Em vez disso, com um sorriso no rosto, ela perguntou: "Qual o peso deste copo d'água?" 


Os alunos responderam: "Em torno de 500 gramas." 

Ela falou: "O peso absoluto não importa. O que importa é quanto tempo você vai segura-lo. Se eu o seguro por um minuto, isso não é um problema. Se o seguro durante uma hora, eu vou ter uma dor no meu braço. Se o seguro durante um dia, meu braço vai sentir entorpecido e paralisado. De todo o modo, o peso do copo não muda, mas quanto mais eu segurá-lo, mais pesado ele se torna."

Ela continuou: "Os problemas e preocupações da vida são como um copo de água. Pense sobre eles por um curto tempo e nada acontece. Pense sobre eles um pouco mais e eles começam a machucar. E se você pensar sobre seus problemas e preocupações o tempo todo, você vai se sentir paralisado - incapaz de fazer qualquer coisa."

Lembre-se de sempre colocar o copo na mesa.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Virtude

Capivaras: as intrusas de Belo Horizonte





As capivaras estão cada vez mais invadindo e povoando a cidade de Belo Horizonte,chegando,por vezes,a ser considerada praga, por alguns.Invadem jardins de casas e por vezes,lugares públicos,se alimentando de seu gramado,podendo causar prejuízos que chegam aos R$ 4 milhões.

Segundo pesquisadores as capivaras possuem uma alta taxa de reprodução e repovoam rapidamente, e que o desequilíbrio existente hoje já vem sido previsto há pelo menos uma década, mas nada foi feito.A ideia agora é elaborar um plano de manejo,realizado por uma empresa especializada, e retirar 90% das capivaras do local , que vem sido negligenciadas nos últimos anos.Agora,para ''agradar'' a  Unesco,até mesmo a lagoa da Pampulha,que sempre sofreu com a grande polição  receberá atenção especial. È brincadeira né?

Veja a reportagem completa em National Geographic Brasil

Biodiversidade e a teoria da Geração Espontânea

Muitos aprendem, desde a escola primária, a ridicularizar a noção de "geração espontânea". O cientista francês Louis Pasteur (além de outros, antes e depois), com suas experiências, enterrou definitivamente a idéia de que mofo, bolor larvas de moscas e mosquitos ect. surgiram do nada. Por toda parte havia seres microscópicos, invisíveis ao olho humano, como bactérias, fungos, esporos, vírus, protozoários ect. Muitos conhecem detalhes da morte e do enterro desse conceito "infantil e absurdo" da geração espontânea. A humanidade passou a crer sem ver. As bactérias estão por toda parte. Ninguém as vê, mas acredita. E paga um preço alto quando negligencia as regras básicas de higiene. A vida nunca surge do nada. Sempre existem ovos, células, esporos, sementes etc. Se a idéia da geração espontânea parece retrógrada no século XXI, estava longe de sê-lo no século XVI.

Os jesuítas e os leigos portugueses vão desenvolvê-la, aplicando-a ao Brasil. Poucos imaginam o salto qualitativo, a ruptura de paradigmas, que representou a afirmação do conceito da geração espontânea. A vida pode surgir do mineral a todo momento. Na natureza, a criação está ocorrendo, inclusive a partir da matéria inanimada, o tempo todo! Há que se parar para pensar, quase cinco séculos depois, no que representava essa afirmação extraordinária. Em parte, a biodiversidade e a natureza brasileira e a grande honestidade intelectual dos jesuítas deram decisiva contribuição para isso.



A grande Biodiversidade do Brasil era um fato, un hecho. Não podia ser negado. As teorias explicativas das origens das espécies, desde a Antiguidade, podem ser grupadas em duas perspectivas: as evolucionistas e as criacionistas. As teorias criacionistas não aceitam a possibilidade de evolução das espécies. Criadas um só vez, as espécies mantém-se imutáveis e constantes (fixismo) até sua eventual extinção.

Para os jesuítas, e para a tradição católica, em cada ser vivo, em cada obra da natureza, havia a presença do divino, não como panteísmo, mas como visão de um Deus que é origem, meio e destino (fim) de toda a criação.

A utilização do conceito de geração espontânea foi um grande avanço em relação ao fixismo e ao criacionismo absoluto, doutrinas baseadas no Gênesis bíblico, segundo o qual o mundo foi criado por Deus a partir do nada, em seis dias, e todos os seres vivos tiveram criação independente e se mantinham biologicamente imutáveis. Mas, confrontados à biodiversidade brasileira, os jesuítas iriam mais longe, criando vínculos de metamorfose, transformação e até evolução, entre as diversas espécies animais. Insetos podiam transformar-se em outros insetos e até em pássaros ou mamíferos! "Coisas lindas de se ver".


Fonte: O descobrimento da Biodiversidade, A Ecologia de índios, jesuítas e leigos no século XVI

A Natureza...


Axolotle, Uma vida "Simples"

É um animal comum em aquários, criado geralmente a partir de uma linhagem albina. Pode permanecer em seu estado larval, com guelras, a vida inteira. Ambystoma mexicanum que é conhecido popularmente como Axolotle, é um exemplo de um animal neoténico, pois conserva durante toda a vida brânquias externas.Esta salamandra era comum nos lagos de terras altas no México, mas foi caçada como alimento e devorada por trutas introduzidas naqueles locais. Os axolotles são muito utilizados em laboratórios, devido a sua grande capacidade de regeneração.

Como possuem uma forma larval por todo vida, os Axolotles vivem na água por toda a vida. Essa salamandra chega a medir cerca de 25 cm, possuindo cores coral-claro a branco com superfície das guelras vermelhas.


Hoje esse pequeno e fantástico animal se encontra criticamente ameaçada de extinção. 

Fonte: Guia Prático: Espécies Ameaçadas; Editora Nobel. IUCN

Acima...


terça-feira, 28 de janeiro de 2014

O que é Impacto Ambiental?

Impacto Ambiental é uma alteração física ou funcional em qualquer dos componentes ambientais. Essa alteração pode ser qualificada e muitas vezes quantificada. Pode ser favorável ou desfavorável ao ecossistema ou à sociedade humana.

Impacto deriva do latim Impactu, significa empurrado, impelido, colisão de dois ou vários corpos, choque, embate. Impacto ambiental diz respeito às conseqüências derivadas de uma determinada ação contra o meio ambiente ou nele projetada pelo homem. 

Na concepção do AIA (Avaliação de impacto Ambiental) em vigor, o conceito de impacto ambiental adquire um caráter preventivo. Existem vários conceitos sobre o Impacto Ambiental, mas esses conceitos são antropocêntricos, baseado nos efeitos das ações do homem sobre os ecossistemas, sobre a própria sociedade humana e sobre a sua economia. 

O Impacto Ambiental refere-se a ações antrópicas, de modo que os eventos naturais tais como terremotos, avalanches, enchentes, raios, não são causadores de Impacto Ambiental, apesar de provocarem sérios problemas ambientais de grandes significação para as populações.

As classificações de Impacto Ambiental tendem explicar a dinâmica espaço-temporal de propagação dos impactos. A seguir a classificação citada por Tommasi (1994):

1-Impacto positivo - quando a ação resulta na melhoria da qualidade de um fator ou de um parâmetro ambiental. Exemplo: transferência de uma população de rua para casas populares.

2- Impacto negativo - quando a ação resulta em danos ou prejuízo de um determinado fator. Exemplo: lançamento de esgotos não tratados em um lago.

3- Impacto direto - quando existe relação direta de causa e efeito. Exemplo: perda da biodiversidade biológica pela derrubada de uma floresta.

4- Impacto indireto - resulta de uma reação secundária, ou quando é parte de uma cadeia de reações. Exemplo: a formação de chuvas ácidas.

5- Impacto local - quando os efeitos de uma ação atingem somente a localidade onde a ação foi executada. Exemplo: mineração.

6- Impacto regional - quando a ação tem uma abrangência maior. Exemplo: a abertura de uma rodovia.

7- Impacto imediato - quando o efeito surge instantaneamente à ação praticada. Exemplo: mortandade de peixes devido ao lançamento de produtos tóxicos.

8- Impacto a médio ou longo prazo - nesse caso, observa-se a manifestação da reação mais tardiamente. Exemplo: bioacumulação de contaminantes na cadeia alimentar.

9- Impacto temporário - quando seus efeitos têm duração determinada. Exemplo: efeito de um derrame de petróleo sobre um costão rochoso e bem batido pelas ondas.

10- Impacto cíclico - quando o efeito se manifesta em intervalos de tempo determinado. Exemplo: anoxia devido à estratificação da coluna d'água no verão e a reaeração devido à misturação vertical no inverno, num corpo hídrico costeiro que recebe esgotos de uma cidade.

11- Impacto permanente - quando, uma vez executada a ação, os efeitos não cessam de se manifestar num horizonte temporal conhecido. Exemplo: derrubada de um manguezal.

12- Impacto estratégico - quando o componente ambiental afetado tem relevante interesse coletivo ou nacional. Exemplo: implantação de projeto de irrigação em áreas como o nordeste brasileiro, flageladas pela seca.

13- Impacto reversível - quando um fator ou parâmetro ambiental afetado, retorna às suas condições originais, quando cessa a ação impactante. Exemplo: poluição do ar pela queima de pneus.

Fonte: Educação Ambiental, aprender fazendo, Seuza Matos Marques, 2008.

Humanidade...


As Aparências Enganam

Aves que parecem diferentes, como beija-flores e bacuraus (à esquerda), podem ser parentes. E outras que não parecem da mesmo família, como os sabiás e os papagaios, são na verdade parentes próximos. Aves que agem de maneira similar, como os falcões e outras de rapina, podem não ter inter-relação genética.

Novos estudos revelam que papagaios, falcões e chapins são parentes.
Essas são algumas conclusões do Early Bird Project, estudo do Museu Field, de Chicago, que comparou os genes de 169 espécies e completou a seqüência do DNA nuclear de 15 cromossomos para esclarecer lacunas evolutivas. Na zoologia, o ramo das aves sempre foi espinhoso, com poucos indícios fósseis das etapas de evolução, o que fez da anatomia, do comportamento e da aparência os meios para classificar o parentesco, o que pode estar mudando... Com cinco anos de novos dados, crenças podem estar prestes a voar pela janela.









Fonte: Revista National Geographic Brasil, Abril de 2009.

domingo, 26 de janeiro de 2014

Celacanto: Fóssil Vivo

Não é todo dia que um fóssil vivo aparece nadando sobre as águas do mar.

Mas foi o que ocorreu em 1938, quando a curadora de museu sul-africana Marjorie Courtenay-Latimer topou com um animal esquisito, dotado de escamas espessas, nadadeiras inusitadas e um lóbulo adicional na cauda, em meio a outros peixes comuns. Sem perceber, Marjorie havia redescoberto o celacanto, que se supunha extinto no fim do período Cretáceo - mas que de algum modo conseguira sobreviver a muitos de seus colegas pré-históricos, entocado nas profundezas, sem ser detectado.

Desde essa ocasião em que foi reconhecido por acaso, o Latimeria chalumnae já foi avistado em várias áreas no oceano Índico. Ninguém sabe quantos restam, mas se estima que a população varie de mil a 10 mil indivíduos. Devido à profundidade de seu hábitat, quase todos os espécimes foram fotografados apenas por submersíveis tripulados ou operados por controle remoto. A primeira vez que mergulhadores documentaram o peixe foi em 2000; em janeiro e fevereiro de 2010, uma equipe realizou mergulhos profundos para obter imagens de uma colônia de celacantos na baía de Sodwana, na África do Sul.

Os peixes são facilmente reconhecíveis por distintas marcas brancas que carregam no corpo. 

Uma camada cristalina atrás da retina dos celacantos reflete a luz como um espelho, favorecendo sua percepção nas escuras águas do oceano.

Semelhante à vela de um barco, sua barbatana dorsal fornece estabilidade durante o nado. Um lóbulo extra na nadadeira caudal, único dos celacantos, pode ser observado hoje e em fósseis datados de milhões de anos atrás.


A palavra "celacanto" vem do grego e significa "espinha oca" — uma referência às espinhas ocas que integram a estrutura de suas barbatanas.


Você sabia?

Que os Pokémon Relicanths são baseados em Celacantos (Coelacanth, em inglês), do período Devoniano. Os celacantos como dito, teriam sido extintos no Cretáceo Superior, porém foram redescobertos em 1938 no litoral da Áfrida do Sul, e hoje até mesmo existe um programa de investigação internacional com o objetivo de aumentar o conhecimento sobre os celacantos! O South African Coelacanth Conservation and Genome Resource Programme.




Rato-Toupeira-Pelado e o Câncer

O rato-toupeira-pelado, um roedor subterrâneo nativo do Leste da África, pode viver até 30 anos, quase nove vezes mais que ratos do mesmo tamanho. Com dois grandes dentes amarelos saindo de um corpo pálido, sem pêlos, o mamífero pode não ser muito agradável aos olhos, mas tem uma atraente adaptação relativa à longevidade que conquistou pesquisadores nos últimos anos: ele parece ser imune ao câncer.

A Revista Scienceescolheu o animal como seu Vertebrado do Ano de 2013 para celebrar dois estudos pioneiros do ano passado que ajudaram a explicar a resistência do animal ao câncer.

Revelando mistérios do rato-toupeira

O primeiro estudo, publicado em junho na Naturepor uma equipe de pesquisadores da University of Rochester, no estado de Nova York, descreveu uma substância chamada de ácido hialurônico que os roedores acumulam entre seus tecidos em uma forma molecular mais pesada que a encontrada em humanos e ratos (Scientific American é parte do Nature Publishing Group). Acredita-se que a forma mais pesada da substância ajude a tornar a pele do rato mais elástica. Isso é particularmente útil para animais que passam seus dias se arrastando por estreitos túneis subterrâneos. Os pesquisadores também descobriram que quando removiam a pesada substância dos tecidos dos roedores, os animais também perdiam sua resistência a tumores.

Essas descobertas sugerem que essa forma específica de ácido hialurônico tem um papel importante na resistência ao câncer, ainda que sua função exata ainda não foi esclarecida.

O segundo estudo, publicado em outubro no periódico Proceedings of the National Academy of Sciencespor alguns dos mesmos membros do grupo de pesquisa da University of Rochester, mostrou que o rato-toupeira é capaz de produzir proteínas – por meio de processo celular chamado de transcrição proteica – com muito poucos erros, se comparado a ratos. Os pesquisadores acreditam que essa precisão na transcrição pode ajudar os animais a viverem mais que ratos e outros roedores.

Em um vídeo produzido pela University of Rochester em comemoração ao anúncio do prêmio, membros da equipe declararam que planejam introduzir o mecanismo de transcrição proteica do rato-toupeira-pelado em ratos para ver se isso ajuda os animais a viverem mais e a desenvolverem resistência ao câncer.

Os pesquisadores esperam que esses estudos acabem ajudando a identificar novos tratamentos para o câncer em humanos.

“Essa será uma prova de princípio de que os mecanismos que descobrimos no rato-toupeira-pelado podem ser transferidos para uma espécie diferente, e que podem acabar beneficiando seres humanos”, especula a coautora do estudo, Vera Gorbunova.

‘Beleza Interior’

Ainda que a aparência dos roedores sem pêlos possa evocar caretas de nojo em pessoas não acostumadas a trabalhar com eles todos os dias, os pesquisadores envolvidos nesses estudos desenvolveram grande admiração e os consideram criaturas bem bonitas.

“Algumas pessoas acham que esses animais são feios, mas quando você os vê se mexendo, você pode dizer que eles são bem fofos e que há beleza interior nesses animais”, observa Gorbunova.

A Revista Scienceanunciou vários outros prêmios de Desenvolvimentos Notáveis em seu volume de 20 de dezembro, incluindo Invertebrado do Ano, que foi para insetos do gênero Issus. Pesquisadores descobriram que esses insetos usam engrenagens em suas pernas para se impulsionarem durante um salto.


O Mamífero Mais Raro do Mundo

Na Ilha Deserta... Eles são sociáveis e simpáticos, embora raríssimos, do ponto de vista zoológico. Apenas na ilha Moleques do Sul, a 10 quilômetros de Florianópolis e pertencendo ao município de Palhoça, entre rochas e bosques baixos, pode ser encontrado o preá (Cavia intermedia), um diminuto mamífero de 25 centímetros e 600 gramas, descrito pela ciência há apenas dez anos. Debruçada sobre as encostas rochosas da ilha desabitada e cercada pelo mar, a população dos pequenos roedores não passa de 100 indivíduos. É considerado o mamífero mais raro do mundo, e integra a lista vermelha de animais ameaçados de extinção.


Seu aspecto físico lembra o de seus parentes do continente, mais estão separados há pelo menos 8 mil anos. Resultados preliminares de um estudo ainda inédito dos biólogos Nina Furnari e César Ades, do laboratório de psicoetologia da Universidade de São Paulo, revelaram, no entanto, um comportamento social próprio entre os preás da ilha. Por isso, são vistos com freqüência forrageando gramíneas em grupos mistos de dois a até 17 indivíduos. "Nesses grupos maiores ocorrem subunidades, formadas por casais ou duplas de mãe-filhote ou ainda tríades de mãe-filhote-macho", explica Nina. "E há vínculos entre os indivíduos visíveis pela ausência de comportamentos agressivos."

Fonte: Revista National Geographic Brasil, Maio 2010.

Deserto que era Água

O estado de Nevada é considerado a região mais seca dos Estados Unidos. Mas há 240 milhões de anos ele estava todo submerso sob um imenso oceano. O Ictiossauro, ou "lagarto-peixe", um animal terrestre que virou réptil aquático, era tão comum ali que hoje é considerado o fóssil oficial do estado. Mas quem imaginava que tais espécimes maiores que uma orca tinham dentes serrilhados de quase 15 centímetros? Ninguém. Pelo menos até há pouco tempo.


Com dentes de 12,7 centímetros, este Ictiossauro (acima) dilacerava suas presas. Medindo 12 metros e com quatro nadadeiras, ele vivia onde hoje é deserto.

A paleontóloga Nadia Fröbisch, da Universidade de Chicago, que em 2008 exumou o fóssil nas montanhas Augusta, acha que esse predador usava os dentes para dilacerar a carne e os ossos de outros Ictiossauros, muitos menores e alguns nem sequer com dentes. Ninguém sabe por quanto tempo a espécie dominou aquelas águas, embora tenha se extinguido 90 milhões de anos atrás, após uma evolução de 160 milhões de anos.


Fonte: Revista National Geographic Brasil, Maio de 2010.

A Primeira Flor

Um fóssil de 5 centímetros achado no sul da Argentina pode dar pistas para saber por que girassóis e margaridas se tornaram tão comuns. Com 47,5 milhões de anos, trata-se do indício mais antigo da imensa família das Asteráceas, que também inclui a alcachofra, e confirma a hipótese de que ela surgiu na América do Sul. Os botânicos usarão a descoberta para entender como essas plantas conseguiram se dispersar pelo mundo afora.





Fonte: Revista National Geographic Brasil, Edição de Aniversário, Maio de 2011.

Voador Pré-Histórico

Durante uma busca por dentes de tubarão no Chile, colecionadores de fósseis toparam com um grande prêmio: os restos de uma ave marinha pré-histórica cujas asas tinham envergadura de 5 metros. "É uma das maiores já registradas", diz David Rubilar-Rogers, autor de um estudo de aves.

O esqueleto da ave pré-histórica ajudará os cientistas a estudar a anatomia do voo em animais muito grandes.


Batizada de Pelagornis chilensis, a espécie viveu há 7 milhões de anos e tinha um bico repleto de protuberâncias ósseas espinhosas parecidas com dentes, provavelmente usadas para agarrar presas marinhas. O fóssil é um achado raro, pois está 70% completo, e levanta uma questão por enquanto sem resposta: poderiam aves ainda maiores ter voado?

Fonte: Revista National Geographic Brasil, Edição Aniversário, Maio de 2011.

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Castores Engenheiros?

Em uma remota área da província canadense de Alberta, nos limites do Parque Nacional Wood Buffalo, um projeto de engenharia está em andamento. Quem são os construtores? Castores. O objetivo? Preservar e ampliar uma barragem iniciada décadas atrás pelos antepassados deles. O dique, hoje, tem cerca de 900 metros de extensão, o maior construído por castores.

Jean Thie, perito em ecologia, foi quem identificou a estrutura, em outubro de 2007, ao usar satélites para estudar o derretimento do permafrost. "Esse é um cinturão de castores", explique ele. O terreno plano e isolado os distancia das ameaças de correntezas e seres humanos e lhes dá liberdade para recolher galhos e lama para construir tocas e depósitos de alimentos.


Quantos castores são necessários para a obra de uma barragem dessa magnitude? Ninguém sabe. Mas a colônia é imensa e engenhosa. Segundo o biólogo Clay Nielsen, "os castores só ficam atrás dos seres humanos na capacidade de alterar o espaço em que vivem para adaptá-lo a suas necessidades".

Visível do espaço, a maior barragem conhecida construída por castores estende-se em cerca de 900 metros pelas terras da província de Alberta, no Canadá.

Fonte: Revista National Geographic Brasil, Edição Especial Biodiversidade, Novembro de 2010.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Animais Urbanos

Um levantamento da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo atesta: a selva de pedra abriga considerável biodiversidade. Lançado em maio, o inventário contabiliza 700 espécies na maior cidade do hemisfério Sul: aves (372(, peixes (23), répteis (40), mamíferos (83), anfíbios (45) e invertebrados (137). Boa parte é endêmica da Mata Atlântica.














Os pontos de avistamento, é claro, não são as avenidas movimentadas da região metropolitana, mas sim manchas verdes dispersas e, em sua maioria, distantes do centro, todas as fotos desses animais aqui foram fotografadas no Parque Estadual da Cantareira, por pesquisadores. 


As pesquisas da secretaria, realizadas desde o início dos anos 1990, detiveram-se em 82 dessas áreas, com destaque ao Parque Estadual da Serra do Mar e á Área de Proteção Ambiental (APA) Capivari-Monos, no extremo sul da cidade. 




Ali foi observado pela primeira vez, no ano de 2010, um espécime do maior primata do país, o muriqui. "Mas a presença de um animal não significa que ele seja residente. Pode esta em migração", diz o biólogo Otávio Cafundó, especialista em conservação.

Fonte: Revista National Geographic Brasil, Edição Especial da Biodiversidade, Novembro de 2010.

Gorilas: No rastro dos Gigantes

Evitar o contato direto. Essa foi a abordagem adotada pela primatóloga Martha Robbins e por 71 de seus colegas ao realizarem o mais recente censo dos gorilas-das-montanhas. "Não queremos topar com gorilas nãos acostumados com a presença humana, pois isso os deixa tensos", explica ela. Em vez de ir atrás dos indivíduos, a equipe baseia-se em pistas como excrementos, ninhos e trilhas para estimar a quantidade de gorilas nos montes Virunga, uma formação vulcânica na África equatorial, um dos dois únicos locais em que se encontram esses incríveis primatas gigantes.


No último levantamento, concluído em 2006, estimou-se 680 indivíduos restantes nessa região e no Parque Nacional Impenetrável de Bwindi em 2011, vai revelar em que condições se encontram hoje tais gorilas, após anos de caça clandestina, desmatamentos e conflitos humanos.








Fonte: Revista National Geographic Brasil, Edição Especial da Biodiversidade, Novembro de 2010.