Encontrado somente na Mata Atlântica, o muriqui é o maior primata das Américas. Eles não são agressivos e demonstrações de afeto são comuns entre indivíduos de qualquer sexo ou idade. Uma das características marcantes desses macacos são os demorados abraços grupais. Os adultos sempre cuidam dos mais jovens e fazem pontes com o próprio corpo para facilitar a passagem de filhotes de uma árvore para outra. Por conta de toda essa passividade, os muriquis são chamados pelos índios de “povo manso da floresta“.
Gente que bamboleia, que vai e vem. Esse é o significado do nome muriqui em tupi-guarani. O primata possui braços longos e uma cauda preênsil – capaz de segurar galhos como se fosse um quinto membro – que conferem muita agilidade ao macaco enquanto se movimenta em sua jornada em busca de alimento (frutos, flores e folhas). Ele atua como dispersor de sementes de diferentes espécies de plantas e é essencial para manter a diversidade da floresta.
Os adultos sempre ajudam os filhotes - Foto: Ricardo Martins |
Cerca de 400 mil mono-carvoeiros, como também são conhecidos, habitavam a Mata Atlântica em 1500. Mas foram dizimados pela caça e pela destruição da floresta. Estima-se que a população atual seja de menos de 3 mil animais, divididos em duas espécies diferentes o muriqui-do-norte(Brachyteles hypoxanthus) que ocorre nos estados de Minas Gerais, Espírito Santo e sul da Bahia, e o muriqui-do-sul (Brachyteles arachnoides) que é encontrado nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e parte do Paraná.
Com o objetivo de apresentar o maior primata das Américas à população, tirar a espécie da lista vermelha de animais ameaçados de extinção e reintroduzir o macaco em florestas preservadas do Brasil, a ONG Instituto Ecoatlântico – com o apoio da Conservation International, do governo do Estado do Rio de Janeiro e de artistas como Gil Berto Gil e Chico Buarque – criou a campanha muriqui mascote Rio 2016.
O muriqui atuaria como espécie bandeira (espécie símbolo da uma causa ambiental). A idéia é chamar a atenção para as duas espécies de primatas e conseguir mais apoio para preservar o habitat em que vivem. Com isso, outras espécies da Mata Atlântica seriam beneficiadas.
A mascote será escolhida entre as propostas de 15 agências convidadas pela organização dos Jogos Olímpicos e o resultado deve ser anunciado em agosto. Não existe uma candidatura oficial e o tema é livre. Mas os apoiadores do primata seguem otimistas. A definição do tatu-bola como mascote da Copa do Mundo é um sinal de que a questão ambiental pode ser determinante para a escolha da mascote das Olimpíadas.
Agora veja o vídeo da Campanha para as Olimpíadas
Fonte: National Geographic Brasil
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