A memória de longo prazo dos morcegos sobrevive à hibernação. |
Ireneusz Ruczynski e Björn Siemers treinaram 13 morcegos-rato-grande (Myotis myotis) durante cinco semanas para encontrarem comida em um labirinto. Então os cientistas submeteram parte do grupo a uma baixa temperatura até o nível de hibernação.
Após dez semanas no longo sono gelado, as temperaturas elevaram e interromperam o descanso. Então, os animais deveriam mais uma vez encontrar o caminho até os bichos-da-farinha através do labirinto aéreo. Aqueles que hibernaram foram imediatamente tão bem sucedidos quanto seus companheiros que permaneceram acordados. O resfriamento temporário, portanto, não reduziu a capacidade de sua memória.
Um resultado surpreendente — pois já se sabe que roedores, como esquilos, sofrem uma clara perda de memória nas fases de frio. Ruczynski e Siemers reforçam que a complexa representação de seu ambiente tridimensional no cérebro dos morcegos-rato-grande exige uma efetiva proteção da memória. Graças à sua boa memória espacial, os animais conseguem encontrar de novo, mesmo depois de anos, seus antigos locais de reprodução e descanso, assim como locais de alimentação em um círculo de 25 km. Ainda não se sabe qual mecanismo neurobiológico existe por trás dessa “proteção contra o gelo”.
Fonte: Scientific American Brasil
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