A principal ameaça é a pesca da piracatinga, que utiliza golfinhos como isca.
Sannie Brum, pesquisadora do Instituto Piagaçu (Ipi), recebeu apoio da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza para se juntar a 35 comunidades pesqueiras do Amazonase estudar a pesca da piracatinga, peixe muito apreciado na Colômbia, mas desvalorizado no Brasil por se alimentar de animais em decomposição. A atividade utiliza golfinhos como isca, sendo o boto-vermelho, também conhecido como boto-cor-de-rosa, a principal vítima da prática.
A mortalidade do boto está bem acima de qualquer limite seguro para sua conservaçãona região. Teoricamente, se até 16 espécimes morrem anualmente, sua preservação está garantida. Com a pesca da piracatinga, são mortos de 67 a 144 botos-vermelhos.
Por conta da exportação para a Colômbia, a atividade pesqueira em torno da piracatinga é importante fonte de recurso para a população local. E, apesar do baixo valor comercial, a produtividade é alta - na área de pesquisa, o volume é de, no mínimo, 15 toneladas por ano. Mas, segundo Sannie, se nada for feito, o boto-vermelho vai acabar como o golfinho de água doce chinês, que foi declarado extinto em 2007.A reprodução lenta do boto contribuiu para sua vulnerabilidade. Após dez meses de gestação, as fêmeas cuidam de seus filhotes por quatro anos. Fiscalização e programas de educação ambiental são alternativas apontadas pelo grupo de pesquisa para evitar a extinção da espécie.
A pesca é a principal ameaça à vida do boto-vermelho, mas não é a única. A degradação do seu habitat – causada pelo grande fluxo de embarcações no Pará, exploração e transporte de óleo e gás em Manaus, assim como pelo turismo desordenado, implantação de novas usinas hidrelétricas e atividades de garimpo e mineração – colocam a espécie em risco.
Fonte: National Geographic Brasil


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