sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

O jacu-estalo-escamoso, Ave rara da Amazônia

Dois guias de ecoturismo conseguem fotos e vídeo da espécie Neomorphus squamiger, um dos pássaros mais raros e desconhecidos da Floresta Amazônica.



Jorge Lopes e Francisco de Carvalho Souza, dois brasileiros que trabalham como guias em um hotel na cidade de Alta Floresta, no Mato Grosso, estão movimentando a comunidade de birdwatchers(ou observadores de aves). Isso porque, recentemente, eles conseguiram fazer registros em foto e vídeo do jacu-estalo-escamoso (Neomorphus squamiger), um dos pássaros mais raros e desconhecidos da Amazônia brasileiraObter o material não foi fácil: após notar a presença do animal na mata, em 2006, durante uma trilha na Reserva Particular de Patrimônio Natural Cristalino, os guias dedicaram cerca de sete anos de suas vidas a uma árdua pesquisa de localização, observação e registro de hábitos do bicho. Apenas em 2013, eles conseguiram filmar e fotografar a ave.

Além de importantes constatações a respeito da aparência do jacu-estalo-escamoso, o trabalho feito por Lopes e Souza rendeu outras descobertas. Os guias constataram, por exemplo, que o famoso som de estalo que esse pássaro produz não é o único barulho característico da espécie. Os pesquisadores registraram outros dois sons emitidos pela ave - um deles, na hora de ir dormir. 

A comunidade científica classificou como "importante" os registros feitos pelos guias brasileiros, uma vez que oferecem dados valiosos para o trabalho de conservação do jacu-estalo-escamoso. Endêmica do interflúvio dos baixos rios Xingu e Tapajós, a ave está ameaçada por conta do desmatamento da Amazônia e é considerada uma espécie vulnerável na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN).


Dimetrodon: Dentes Afiados

Os Dimetrodon tinha a boca cheia de novidades. O mais visível eram vários tipos de dentes diferentes em suas mandíbulas - dentes incisivos semelhantes para prender, caninos, dentes traseiros recurvadas para corte através da carne, e até mesmo dentes ocultos no céu da boca para fixar enquanto lutavam com presas. Esta combinação de características, compartilhada por outros membros do grupo Sphenacodontid ao qual pertencia o Dimetrodon, originou-se com esses predadores, onde eles prosperaram entre 298 e 272 milhões ano atrás. E espécie particular de Dimetrodon ainda acrescentou uma nova ruga aos armamentos à base de esmalte. Conforme descrito pela Universidade de Toronto Mississauga paleontólogos Kirstin Brink e Robert Reisz em um novo artigo da Nature Communications, o Dimetrodon é o mais antigo carnívoro - perseguindo terra conhecido por ter uma mordida com dentes serrilhados.


À primeira vista, os crânios de Dimetrodon são bastante similares. Mas sua principal diferença está no tamanho. Mas os dentes de Dimetrodon são uma história diferente. Detalhes no esmalte e dentina, no relatório de Brink e Reisz, distinguiram três tipos diferentes de bordas que distinguem dentes mordedores suaves, no qual são capazes de serrar a carne em cortes.

Uma árvore evolutiva mostra a evolução de dentes do Dimetrodon.
As espécies menores e mais antigas no estudo, Dimetrodon milleri, tinha dentes com arestas de corte retas. Afiado, com certeza, mas não especialmente adequado para cortar através de pele e músculos. Até o momento o maior, Dimetrodon limbatus, porém, estes carnívoros evoluíram pequenos recortes dentados no esmalte ao longo das arestas de corte de alguns dos dentes. Os dentes do Dimetrodon grandis foram ainda mais especializado para o corte. Dentes desse último era a maior espécie de Dimetrodon que tinha dentículos proeminentes ao longo da superfície de corte, que criou uma borda serrilhada semelhante ao dos dinossauros predatórios. O Dimetrodon só passou a evoluir dentes "ziphodont " cerca de 40 milhões anos antes.


Enquanto as três espécies de Dimetrodon no estudo não representam uma linha evolutiva direta, a conexão entre os verdadeiros dentes serrilhados e o maior tamanho corporal indica que uma corrida armamentista antiga entre predadores concorrentes e as suas presas.

O crânio do Dimetrodon com um close-up de uma parte dos dentes serrilhados. Arte Danielle Dufault, cortesia Kirstin Brink.
O Dimetrodon não era o único predador em torno do início do Permiano. Outros como Sphenacodontids,  e alguns com anatomia do crânio muito semelhante, eram da mesma piscina de Protomammals, répteis e anfíbios. Isso poderia ter levado o Dimetrodon para ocupar uma dieta diferente, na hipótese de Brink e Reisz, as alterações em seus dentes e tamanho do corpo indica que esses primos distantes nossos foram dirigidas por presas maiores com peles difíceis.


Os autores do estudo Kirstin Brink e Robert Reisz com um crânio Dimetrodon. Foto cedida Kirstin Brink.
Por enquanto, porém, as conexões entre o tamanho do corpo, dentes serrilhados, competição e disponibilidade de presas permanecem obscuros. Brink e Reisz, dizem que é necessário mais testes e investigação para compreender este novo aspecto dessa família, mas ainda é um misterio. De dente a vela, ainda estamos conhecendo Dimetrodon.


quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

O Olfato das Plantas

A Cuscuta pentagona não é uma planta normal; é uma trepadeira laranja que pode chegar a 1 m de altura, produz pequenas flores brancas de cinco pétalas e é encontrada em toda a América do Norte. É incomum pelo fato de não ter folhas nem ser verde, pela ausência de clorofila, pigmento que absorve energia solar permitindo a transformação da luz em açúcares e oxigênio pela fotossíntese. A planta é uma trepadeira parasita que obtém alimento dos vizinhos. Para viver ela fixa-se numa planta hospedeira e suga seus nutrientes, inserindo-lhe um apêndice no sistema vascular. O que é realmente fascinante são suas preferências culinárias: ela escolhe que vizinho atacar.

A semente da Cuscuta germina como qualquer outra — o novo broto cresce e a nova raiz se introduz no solo. Deixado só, no entanto, o broto morrerá sem um hospedeiro. Conforme cresce, gira sua extremidade em pequenos círculos, sondando o ambiente da forma como tateamos com as mãos, quando de olhos vendados, ou procuramos a luz da cozinha, no meio da noite. Embora inicialmente esses movimentos pareçam aleatórios, se a muda estiver próxima de outra planta (digamos um tomateiro), ela se estica e cresce na direção do que será sua fonte de alimento. A trepadeira se curva, cresce e gira até, finalmente, chegar à folha do tomate. Mas em vez de tocá-la, procura o caule. Em um movimento final de vitória, enrola-se em torno da haste e introduz microprojeções no floema (vasos que levam a seiva adocicada da planta), e começa a desviar açúcar para continuar crescendo e florescer.

COMUNICAÇÃO BIOQUÍMICA

 Em 1983, duas equipes de cientistas publicaram resultados surpreendentes relacionados à comunicação entre plantas e revolucionaram o entendimento de tudo, desde o salgueiro até o feijão. Pesquisadores afirmaram que árvores “avisam” umas às outras de um ataque iminente de insetos devoradores de folhas. Notícias sobre o trabalho logo se espalharam para a cultura popular, com a ideia de “árvores falantes” encontrada não só na Science, como também em grandes jornais no mundo todo.

Cuscuta pentagona
David Rhoades e Gordon Orians, cientistas da Washington University, observaram que lagartas tinham menor probabilidade de devastar as folhas de salgueiro se ele estivesse ao lado de outros exemplares já infestados com lagartas-de-tenda. As árvores que crescem saudáveis próximas a outras infestadas resistiram às lagartas porque, como Rhoades descobriu, suas folhas tinham produtos químicos fenólicos e tanino que as tornavam indesejáveis para os insetos. Como os cientistas não conseguiram detectar qualquer conexão física entre as árvores danificadas e as vizinhas saudáveis (não partilhavam raízes em comum, nem seus galhos se tocavam), Rhoades propôs que as árvores atacadas deveriam enviar mensagem feromonal no ambiente para as plantas saudáveis. Em outras palavras, as árvores infestadas advertem as árvores vizinhas saudáveis: “Cuidado! Defendam-se!”.

AS PLANTAS SENTEM CHEIRO?

Amorphophallus titanum
As plantas emitem literalmente um buquê de odores. Imagine o perfume de rosas quando percorremos um jardim no verão, ou de grama recém-cortada no final da primavera, ou de jasmim que floresce à noite. Sem olhar, sabemos quando a fruta está no ponto para consumo e nenhum visitante de um jardim botânico fica alheio ao odor ofensivo da maior (e mais malcheirosa) flor do mundo, a Amorphophallus titanum, mais conhecida como flor-cadáver. (Felizmente, ela floresce apenas uma vez em uns poucos anos).

Muitos aromas são utilizados na comunicação complexa entre plantas e animais. Os odores induzem diferentes polinizadores a visitar flores e espalhadores de sementes a consumir frutas e, como o autor Michael Pollan aponta, esses aromas podem levar pessoas a espalhar flores pelo mundo todo. Mas as plantas não apenas emitem odores; elas “cheiram” outras plantas.

É óbvio que as plantas não têm nervos olfativos que se conectam a um cérebro que interpreta os sinais. Mas a Cuscuta, as plantas de Heil e outros tipos de flora em todo o mundo natural reagem a feromônios como nós. As plantas detectam uma substância química volátil no ar e convertem esse sinal (sem usar nervos) em uma resposta fisiológica. Com certeza, isso pode ser considerado olfato.

Reportagem Completa: Scientific American Brasil

Mariposas Incríveis

As mariposas são insetos com espécies de voos noturnos, com antenas filiformes ou pectinadas. São constantemente confundidas com borboletas.  Ambas fazem parte da ordem científica Lepidoptera, que significa asas escamosas. O nome deriva das escamas que caem das asas em forma de pó quando tocadas.


As diferenças entre mariposas e borboletas se dividem entre comportamento e anatomia. As mariposas são, em sua maioria, noturnas. Voam e se alimentam à noite. As borboletas, por sua vez, realizam suas atividades durante o dia.

Mariposa Leopardo

Encontrada em todo o sul e leste dos Estados Unidos e México, esta é a Mariposa Leopardo (Hypercompe escribonia). O que mais chama a atenção neste animal é a incrível coloração de seu corpo. Suas asas possuem um branco brilhante, com algumas manchas em preto azulado. Seu abdômen é azul escuro com manchas na cor laranja e nas pernas há uma faixa em preto e branco.





Mariposa poodle

A mariposa poodle ficou conhecida por este nome por conta de sua aparência peluda, que faz referência ao animal. Ela ganhou repercussão em 2012, quando foi fotografada na Venezuela. Existem divergências sobre a espécie do animal, que muitas vezes é confundido com as mariposas da espécie Diaphora mandica.







 

Mariposa da Cerópia


Conhecida internacionalmente como Cecropia Moth (Hyalophora cecropia), ela possuía uma envergadura de 5-6 polegadas. É uma das maiores mariposas da América do Norte e raramente pode ser vista durante o dia.








Mariposa Falcão

Conhecida popularmente como Mariposa-falcão, as mariposas da espécie Daphnis nerii podem ser encontradas em diversos pontos do mundo.






Atlas

A maior mariposa do mundo é a mariposa Atlas (Attacus atlas), com envergadura de asas de 30 cm. Elas são encontradas nas florestas tropicais e subtropicais do sudeste asiático, sul da China, e também é comum ao longo do arquipélago malaio, da Tailândia à Indonésia.

Mariposa Elefante

Conhecida como Mariposa Elefante (Deilephila porcellus) a parte anterior da lagarta desta espécie possui uma forma de tromba, o que lhe dá uma aparência de elefante quando levantada, que originou o nome comum da espécie na língua inglesa (elephant-hawk-moth).












Mariposa-Tigre-de-Jardim

As mariposas-tigre (Arctia caja) chamam a atenção pelas cores contrastantes nas asas. Encontrada principalmente no Reino Unido, estudos apontam que sua aparição na natureza caiu 89% nos últimos 35 anos.







Phalera bucephala

As mariposas da espécie Phalera bucephala são conhecidas pelas suas camuflagens quando próximas à galhos secos ou troncos de árvores.







Actias selene

As mariposas da espécie Actias selene são comuns do Japão e chamam a atenção pela espécie de cauda longa que possui.

















quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Escorpião Voador?

Não, este inseto não é um escorpião, mas sim uma mosca, que é conhecida como mosca escorpião. Nativa da Euro Ocidental, a mosca-escorpião-comum é uma espécie de mosca-escorpião da Ordem Mecoptera, que ficou conhecida principalmente pela sua aparência. O nome do animal deriva diretamente do formato da cauda dos machos, muito semelhante ao de um escorpião. Contudo, apesar da aparência, a mosca-escorpião é totalmente inofensiva e não pica. O macho tem um par de claspers na extremidade da cauda, usado para segurar a fêmea durante o acasalamento. A parte inchada da cauda do macho, na realidade, é a cápsula genital.

Estes animais têm corpo alongado preto e amarelo, com uma cabeça e cauda avermelhada, grandes olhos e antenas com 40-50 segmentos. A cabeça é estendida em forma de bico, e suas pequenas mandíbulas estão situadas na extremidade. Adultos, estes animais se alimentam de insetos mortos, frutas podres e excrementos de pássaros. Elas preferem locais sombreados, e como são insetos voadores com pouca resistência, elas tendem a rastejar sobre a vegetação. Além da aparência peculiar, este animal tem algumas atitudes interessantes que despertam a curiosidade de estudiosos. Durante o namoro, o macho presenteia a fêmea com um inseto morto, como um presente nupcial, e ela come o inseto durante a cópula. A fêmea é atraída pelo macho por um feromônio que ele libera a partir de bolsas perto da extremidade traseira do seu abdômen. Quando uma fêmea se apresenta, o macho mostra seu presente nupcial. Ela examina o presente enquanto o macho esfrega seu abdômen. Se ela rejeitar o presente, ela vai recusar o acasalamento. Se ela aceitar o presente, ela vai permitir o acasalamento.


O gênero Panorpaestá presente também no hemisfério norte americano, especificamente Estados Unidos e Canadá, com exceção da parte oeste dos dois países.


Abelhas: Polinizadoras Ocupadas

Há muito biólogos acreditam que abelhas e orquídeas são igualmente interdependentes. Os insetos polinizam orquídeas em troca do aromas das flores que os machos usam para atrair fêmeas. Acreditava-se que os dois organismos evoluíram juntamente, mas um estudo conduzido por Santiago Ramírez, biólogo evolucionista da University of California em Berkeley, publicado na Science no final de 2011, revelou que as abelhas surgiram antes, propondo que as duas são mais independentes do que se pensava anteriormente.

O texto de Ramírez mostra que, embora as orquídeas pareçam bem adaptadas às abelhas – tendo desenvolvido odores que as abelhas apreciam e mecanismos para depositar pólen no corpo dos insetos –, as abelhas são muito menos especializadas. Elas coletam aromas de mais de 700 espécies de plantas e polinizam várias delas. “As abelhas e plantas interagem, mas sabemos pouco sobre como essas redes de interação evoluem”, segundo Ramírez.

Maior conhecimento sobre as abelhas poderia ajudar cientistas a entender seu papel na polinização de orquídeas tropicais, muitas delas em perigo de extinção. As abelhas correm perigo, ameaçadas pelo desmatamento e degradação da terra nativa nas Américas do Sul e Central, e são pressionadas também por processos que dizimam o hábitat e fontes de alimento. 

André Nemésio, pesquisador da Universidade Federal de Uberlândia, que estuda essas criaturas esquivas, preocupa-se que esse aprendizado sobre as abelhas não será rápido o suficiente para salvá-las. “Abelhas de orquídeas são solitárias e tímidas; quase não são vistas na floresta”, observa ele. Além disso, como ninguém sabe exatamente a importância das abelhas para as plantas polinizadas por elas ou para seus predadores, as consequências de perdê-las são outro mistério.


Planta que da Ovos?

Conhecida como planta ovo, esse vegetal pertence à espécie Solanum ovigerum, e seu nome é derivado do formato de seus frutos, parecido com ovos emergindo nas pontas dos ramos.

Uma reportagem do canal Bom Dia São Paulo revelou que a espécie foi trazida do Japão por colônias migratórias e adaptadas ao clima do Brasil. Contudo, apesar da semelhança com os ovos, na verdade a planta é da família da berinjela e do jiló.

O Cultivo da Planta Ovo

A planta é originária da Índia e germina em pouco mais de uma semana. Porém, a planta tem uma vida relativamente curta, vive apenas um ano.

No seu período de maturação, após dois meses de plantio, as primeiras flores começam a aparecer, semelhante com as da abóbora, de quem a planta é parente. Após quatro meses, a planta já deu seus frutos, que ficam no tamanho proporcional ao de um ovo de galinha, por exemplo.







Por ser muito amarga, a planta não é recomendada para consumo. Porém, em diversas regiões de São Paulo ela é vendida como arranjo para decoração.


Fonte: TopBiologia

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Tamanho não é Documento: Insetos como Armas de Guerra

No século 5 antes de Cristoum médico grego, Ctésias, ficou intrigado ao conhecer um novo, raro e caríssimo veneno. Quando começou a analisar o produto, nem sequer sabia se era proveniente do reino mineral, vegetal ou animal. O veneno havia entrado na Grécia como um presente, oferecido por um rei indiano. Acreditava-se que a misteriosa poção era produzida por um minúsculo pássaro, de cor alaranjada. E, para aguçar ainda mais as curiosidades, essa ave jamais havia sido vista ou capturada. Havia apenas a certeza de que uma pequena gota do produto poderia, em instantes, matar um homem.

Foi só no século 20 que entomologistas descobriram a procedência da poderosa toxina. Quem produzia o veneno era um besouro, menor do que uma uva e com muitas espécies originárias das florestas úmidas da Índia. O animal recebeu o nome científico de Paederus. Seu veneno foi classificado como mais poderoso do que o produzido pela viúva-negra, 15 vezes mais tóxico que o veneno das serpentes. Mais assustador, para nós humanos, é o fato de que algumas espécies desse inseto, ao contrário de aranhas e cobras, são capazes de voar.

Em estatística feita por Nigel E. Stork, entomologista do British Museum, de 1,82 milhão de espécies de animais e plantas oficialmente nomeadas, 57% são insetos. Há certas grandezas nesse fascinante mundo de minúsculas criaturas, como há, por outro lado, determinadas aproximações entre o ser humano e essa multidão de insetos, que são, ainda hoje, praticamente desconhecidas da maior parte das pessoas.

A história das relações entre o homem e insetos é milenar, rica em detalhes e aterrorizante em muitas de suas ramificações. Do uso desses animais como fonte de alimentação e entretenimento aos milhões investidos anualmente no controle de pragas agrícolas, o homem tem se interessado, por séculos, pelos insetos. Algumas dessas relações são estarrecedoras.

Coreia, 1952. No amanhecer do dia 27 de março um estranho objeto vermelho é lançado de um avião sobre a região de Liaoyang. Um morador que presencia a cena, assustado, sai de sua casa para verificar de que se trata. Nada encontrando nas proximidades da queda, mesmo inquieto desiste da busca e retorna à sua residência. Ao entrar, olha novamente para fora e fica perplexo com o que vê: do lado externo de uma das janelas centenas de insetos movimentam-se em alvoroço. Essa narrativa é absolutamente real, apesar de lembrar os melhores filmes de Alfred Hitchcock. Faz parte de um relatório feito por uma comissão científica internacional organizada com a finalidade de investigar fatos relativos à guerra biológica, durante a Guerra da Coreia (1950-1953).

O uso de insetos como armas de guerra talvez seja uma das mais nefastas e antigas formas de exploração humana sobre os animais. Jeffrey A. Lockwood, premiado entomologista, escritor e professor da Wyoming University, nos Estados Unidos, desvendou em profundidade essa longa e sinistra exploração. No livro Six-legged soldiers. Using insects as weapons of war (Oxford University Press, 2009) ele faz uma brilhante síntese de mais de 100 mil anos de história, do Paleolítico Superior aos dias atuais. A Guerra da Coreia é apenas um pequeno capítulo dessa longa história. O que chama a atenção na elegante análise de Lockwood é a capacidade de transmitir ao leitor o processo de aprimoramento das técnicas desenvolvidas para empregar insetos como poderosas armas de guerra: tanto para matar o inimigo por inoculação natural de venenos quanto para destruir plantações ou infectar reservatórios de água. Ou, ainda, como vetores para propagar doenças. Da pré-história ao Vietnã, passando por inúmeras guerras, Lockwood demonstra que o uso bélico de insetos acompanhou, da forma mais destrutível que se possa imaginar, grandes avanços da ciência e da tecnologia.

Durante a Segunda Guerra, por exemplo, países do Eixo, em suas estratégias para conter o avanço do exército soviético, iniciaram a produção em massa de pulgas infectadas com a peste bubônica. O plano original era criar em laboratório 5 bilhões de pulgas por ano, usando 300 mil ratos e centenas de prisioneiros de guerra como cobaias e fontes de  alimento. Depois de contaminados com o sangue dos ratos e dos prisioneiros os insetos seriam lançados contra o inimigo. Em contrapartida, países Aliados, em um único campo para a produção de armas biológicas, utilizaram aproximadamente 700 mil animais como cobaias, entre camundongos, porquinhos-da- índia, ratos, coelhos, hamsters, sapos, macacos, canários, cães, ovelhas, ferrets, gatos, porcos e galos. O número de insetos não foi computado. Com o fim da Segunda Guerra e durante a Guerra Fria as grandes potências assinaram acordos na tentativa de controlar a produção e o uso desse tipo de armamento. A preocupação cada vez mais se voltou para a defesa contra possíveis ataques.

O poder dos insetos continua inegável e o ser humano tem muito a aprender com essas formas de vida. No Brasil e no exterior, entomologistas que trabalham, por exemplo, com formigas e abelhas, têm demonstrado de maneira surpreendente que o respeito pelos insetos pode levar a descobertas inusitadas e, talvez, mais importante que isso, a formas mais harmoniosas de convivência. É algo para pensar, com muita seriedade.

                                                                                                           Fonte:Scientific American Brasil

O Corvo: Olhar Intimidante

Uma nova pesquisa mostra que a Gralha-de-nuca-cinzenta (Corvus monedula), um pássaro de tamanho médio, de penas escuras da família do Corvo, afugenta gralhas concorrentes com um olhar fulminante.

Os cientistas sabem há muito tempo que dirigir olhares pode dar medo. Mas os seres humanos não são os únicos com olhares de alerta: Os biólogos descobriram que os olhos, ou até mesmo algo que apenas se parece com os olhos, pode ser assustador. Iguanas, peixes jóia, pardais , estorninhos e gralhas foram todos conhecida a fugir da vista dos olhos, que podem ser interpretados como pertencentes a um predador.

Mas a Universidade de Cambridge, a pesquisadora Gabrielle Davidson queria saber se os pássaros também usam olhares de reprovação com sua própria espécie, em particular, para assustar os concorrentes. Ela escolheu estudar gralhas porque seus olhos são especialmente visíveis, com grandes íris brancas que emolduram olhos negros contra penas escuras.

Para testar sua idéia, ela mostrou um grupo de gralhas selvagens um dos quatro círculos distintos: um círculo que tinha a vista frontal de um rosto da gralha, completo com olhos brancos, o mesmo rosto, mas com os olhos inteiramente pretos; um círculo preto com um par de apenas olhos brancos, e um círculo de controle que estava completamente preto.

Seus olhos podem servir de aviso para indicar
que um ninho está ocupado
Os círculos foram colocadas diretamente por trás da abertura de uma casa de pássaro, "birdhouse", de modo que eles eram facilmente visíveis para as gralhas selvagens. Uma vez que estas aves fazem seus ninhos em cavidades semelhantes a uma casa de passarinho, vendo as íris brancas, poderia ser um sinal para os pássaros que a área é ocupada.

Além do mais, lutando com outra gralha por um local de nidificação pode levar a ferimentos ou até a morte, o que dá as gralhas um incentivo muito grande para ser cautelosas antes de invadir o território do outro.


Davidson e suas colegas mediram quanto tempo as aves ficaram perto da casa de passarinho quando os círculos diferentes foram exibidos .Se os olhos agiram como uma ameaça para as outras gralhas, então as aves devem gastar menos tempo perto da casa de passarinho e visitá-los com menos frequência quando os círculos que mostravam os olhos brancos foram exibidos. Isto é exatamente o que os pesquisadores descobriram, de acordo com o estudo, publicado esta semana na revista Biology Letters. Nenhuma palavra ainda sobre se um olho de uma águia tem o mesmo efeito.



Pérolas Negras

As pérolas negras naturais, aquelas que não são cultivadas por fazendeiros que criam ostras em condições perfeitas para a produção de pérolas negras, começam a se formar como uma pérola comum. A sua formação começa quando um corpo estranho, como um grão de areia, fica preso da concha de uma ostra. A partir disso, o animal detecta o corpo estranho e o cobre com camadas de carbonato de cálcio, como forma de defesa do organismo. A substância vai endurecendo e forma a pérola.



Contudo, as raras pérolas negras, são formadas quando um grão de areia fica preso em um tipo específico de ostra, a Pinctada margaritifera, uma ostra do Taiti que, em vez de ter uma coloração clara como as outras ostras, possui uma listra no seu interior que tem coloração escura. Se a pérola se formar em contato com a listra, o resultado será o objeto negro. No entanto, de acordo com o portal Lifes Little Mysteries, mesmo entre as Pinctada margaritifera, isso é um fenômeno raro, acontecendo uma vez em cada 10 mil.

Fonte: TopBiologia

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Plantas Repelente e Macacos-Prego

Os insetos são os animais mais bem sucedidos do planeta. Mais de um milhão de variedades já foram descritas – quantidade superior à soma de todas as outras espécies de animais. Eles são pequenos, se reproduzem com rapidez e a maioria possui a capacidade de voar.

Mas nem todas as espécies são benéficas. Alguns insetos, como os mosquitos, por exemplo, se alimentam de sangue e podem transmitir doenças. Na Costa Rica, o macaco-prego-de-cara-branca (Cebus capucinus) aprendeu um truque para se livrar desses inconvenientes e tirar aquela pulga atrás da orelha. Ele usa folhas de plantas do gênero Piper como repelente de insetosQuando um macaco acha a planta, ele a mastiga e esfrega por todo o corpo. Depois entrega para os outros membros do grupo, que irão realizar o mesmo ritual. A seiva tem propriedades anticépticas e também funciona para afastar pernilongos.


Esse comportamento é visto com mais freqüência durante a temporada de chuva, época em que os mosquitos são mais abundantes.Nem todos os macacos-pregos-de-cara-branca usam folhas como repelente, mas uma vez que um indivíduo descobre a técnica, o conhecimento é compartilhado e, rapidamente, se torna uma tradição dentro do grupo.


É importante ressaltar que a maioria das plantas depende dos insetos para a polinização e muitos mamíferos os elegeram a base de sua dieta. Sem eles, inúmeras formas de vida deixariam de existir.