sábado, 21 de dezembro de 2013

Outras Aranhas que podem ser perigosas

No Brasil, os textos técnicos, na sua grande maioria, somente vêm dando atenção aos acidentes devidos às aranhas consideradas de interesse médico, como aqueles causados por Loxosceles, Phoneutria e, mais recentemente, por Latrodectus.


"Outras aranhas - Pelo número de espécies que picaram, assinaladas por estarem sublinhadas nas listas, segundo constatação do Hospital Vital Brazil, verifica-se  que chega a 43 (espécies) somente no município de São Paulo, podendo-se imaginar como devem ser numerosos os casos não só no Brasil como em todo o mundo. Infelizmente, porém, pouco ainda se sabe, por falta de dados clínicos ou fisiopatológicos dos venenos, quais as possíveis conseqüências desses acidentes".


Epidemiologia

É freqüente que pacientes, ou seus acompanhantes, procurem, atendimento com autodiagnóstico, referindo "picada de aranha". Vários casos nos Estados Unidos relataram que  80% de histórias parecidas indicavam somente que era picadas de outros artrópodes.
Falando agora a respeito de acidentes causados pelas aranhas migalomorfas, caranguejeiras mais comumente conhecidas verificaram que essas foram responsáveis por cerca de 1% do total de acidentes causados por aranhas diversas, registrados no HVB, período 1966-1991.

Quadro clínico
Os acidentes causados por Lycosa, que são conhecidas comumente como aranha-da-grama, provocam dor discreta e transitória no local da picada que, na maioria das vezes, evidencia apenas marcas de picada. Edema e eritema leves são descritos em menos de 20% dos casos.

As caranguejeiras provocam acidentes com pequenas repercussão. Quando manipuladas ou irritadas, lideram pêlos que, atingindo a pele, provocam quadros dermatológicos irritativos e ou alérgicos, são relatados por dor leve no local, eritema e edema pouco exuberantes. A regressão do quadro ocorre em 1 a 2 horas, não sendo relatados acidentes humanos graves.

Tratamento

O tratamento geralmente não é necessário. Eventualmente, a dor poderá ser controlada com analgésicos orais e mais raramente com anestesia local. Na presença de manifestações alérgicas, o tratamento depende da intensidade: caso mais leves podem regredir espontaneamente, e processos mais intensos devem ser tratados com anti-histamínicos, corticosteróides e adrenalina.


Então mesmo não sendo aranhas de interesse médico outras aranhas podem causar casos clínicos, as vezes de pouca relevância e as vezes graves, mas que devem ser levados em conta.


Fonte: Livro Animais Peçonhentos no Brasil, Biologia, Clínica e Terapêutica dos acidentes. Autores: João Luiz Costa Cardoso, Francisco Oscar de Siqueira França, Fan Hui Wen, Ceila Maria Sant' Ana Malaque e Vidal Haddad Jr. Editora: Sarvier. 2009

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